No texto, a entidade explica que o “amplo processo de reformulação da instituição de ensino” atende à Lei 13.415/2017, “que introduz o novo ensino médio no país, amplia a carga horária dessa etapa educacional e potencializa a integração do ensino regular com a formação técnica”. 2p223a

À reportagem, a Fiep afirmou que o ensino continuará a ser feito pelas oficinas de aprendizagem e argumenta que “a autonomia será trabalhada de forma ainda mais ampla, já que agora o Colégio Sesi possibilitará que os estudantes façam cursos do Senai para complementar sua formação”. O Senai tem como principal objetivo apoiar indústrias por meio da formação de recursos humanos.

“O estudante aprenderá os conteúdos do Ensino Médio a partir de um ensino que sustentará sua capacitação profissional, de acordo com as reais necessidades do setor industrial, desenvolvendo habilidades relacionadas à transformação digital e as inovações tecnológicas do mundo do trabalho”, informa a Fiep.

Fiep estuda fechar unidades do Colégio Sesi 6hb5r

A reforma metodológica vem acompanhada da decisão de fechar unidades, reduzir vagas ou descontinuar o ensino médio em até 30 unidades do Colégio Sesi em cidades de todo o Paraná, como Londrina, Maringá, Campo Mourão, Cianorte, Irati, Cambé, Arapongas, Bandeirantes, Umuarama, Jaguariaíva e Santo Antônio da Platina, entre outras. O corte incluiria o encerramento das atividades do Colégio Sesi Internacional de Ponta Grossa.

As medidas, que visam reduzir custos ao sistema, geraram insatisfação por parte de pais, alunos e prefeitos de municípios que contam com unidades da rede. O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) disse que procuraria o presidente da Fiep para pedir que a federação mudasse de ideia. Uma série de abaixo-assinados foi promovida em várias cidades com o objetivo de fazer a entidade rever a decisão.

Em resposta, a Fiep explicou que, com a reformulação curricular, unidades de menor porte, com altos custos operacionais, não teriam a sustentabilidade necessária para seguir as atividades em 2021. A entidade destacou ainda que os colégios que serão descontinuados “respondem por apenas 19,4% do total de alunos do Colégio Sesi em todo o Paraná.”

Diante da repercussão negativa que a medida gerou, no entanto, a federação informou que está buscando, “caso a caso, junto com as comunidades que estão nos procurando, soluções para a continuidade dessas unidades”.

O problema de caixa, no entanto, é mais complexo do que pode parecer à primeira vista. Com a crise econômica decorrente da pandemia do coronavírus, as indústrias do estado reduziram a produção, demitiram funcionários e acabaram gerando menos receita para o Sistema S, que recebe uma contribuição compulsória sobre as folhas de pagamento do setor. Além disso, a própria alíquota do imposto, que era de 1,5%, foi reduzida pela metade em abril deste ano, por meio de medida provisória do governo federal, caindo para 0,75%.

Parte dos recursos obtidos com a contribuição compulsória serve para subsidiar a rede de ensino. Famílias de industriais têm metade das mensalidades custeadas pela entidade e em 10 unidades da rede, chamadas de escolas sociais, o ensino é gratuito, totalmente subsidiado. A descontinuidade de parte das escolas ajudaria a Fiep a reduzir o impacto dessa crise.

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